Se permaneço em algum lugar, crio raízes.
E quanto maior a permanência, mais profundas elas são.
Se tentam me tirar do lugar, me agarro ao que está à minha volta, tentando inutilmente não permitir que minhas raízes se soltem... mas às vezes elas se soltam...
E, se me arrancam, eu sangro!
E vou-me esvaindo em seiva, dor e lembrança, que corre pelos troncos, galhos, folhas, flores e frutos, sangrando...
Me sinto murchar!
Tento ser nuvem, árvore nunca mais!
Mas, ao chegar ao novo lugar, minhas raízes secas, pendentes, logo tocam a orgânica terra, e instintivamente voltam a crescer.
E nesse enraizar, arrancar, sangrar e enraizar novamente, vou vivendo!
Se eu fosse outra coisa senão humana com certeza eu seria árvore!
Quênia Gonçalves Gomes da Mata – Goiânia 09/06/2015
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"O que ama a correção ama o conhecimento;"Pv 12:1a